sábado, 1 de outubro de 2011

Olhar


     Refugia-se em um quarto de hotel e deságua em mar de tinta:

“Se ao menos seu olhar gritasse
Se ao menos seu olhar fechasse
Se ao menos seu olhar chorasse
E de forma alguma confiasse nem sorrisse
Talvez eu não reagisse e simplesmente passasse.

Mas para mim ele riu
E a grade de meu peito rangeu
Rangeu, não porque feriu,
Mas porque encolheu.

E então meu peito bateu
Bateu e se expandiu
Pois o limite que prevaleceu
Apodreceu e caiu.

E a imbecil complexidade
Que um dia me partiu
Hoje tem outra identidade...
A antiga ninguém mais viu!

Foi esse seu olhar
Que me fez simplificar
Aquilo que eu queria esquecer
E voltar a ser
Sem nenhuma dor
Simples como o amor.”


Gabriel Lopes Sattelmayer.

3 comentários:

  1. E o seu olhar grita, fecha, chora e sorri. E me faz rir também, e transmite toda a simplicidade que está inserida em amar!

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  2. Show de bola cara, adoro poesias e aprecio quem ainda se arrisca em criá-las.
    Parabéns!!!

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  3. É incrível quando a gente para pra pensar e percebe que um simples olhar diz e causa tantas coisas... Gostei muito! :D

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