Na madrugada do dia 6 de maio de 2011, fui surpreendido por um vídeo do cantor Eddie Vedder cantando uma música de um filme chamado “Into the Wild”. Naquele momento eu fui tomado pela dúvida: “Será que esse é aquele filme que vi em casa há mais ou menos dois anos atrás?”, me perguntei. Sim, era ele! E na mesma hora, uma felicidade tomou conta do meu dia e a inspiração me fez sentir necessidade de me expressar de alguma forma. Foi então que dei início a esse blog.
Por que eu estava tão feliz? Pois esse filme se tornou o meu filme preferido, depois que eu o assisti. E porquê de ele ter tanta importância? Pois ele relata a história de um jovem que abre mão de todos os conceitos e da sociedade para ir em busca da liberdade e felicidade em seu estado mais extremo.
Liberdade sempre foi um assunto questionado por mim. Será que com tantas regras e objetivos traçados em nossas vidas por nossos superiores hierárquicos, é possível obtê-la? Obviamente não, eu concluía. Para isso acontecer você primeiramente teria de se desapegar de todo o conceito sedentário de conforto e falsa segurança que nos é ensinado como o básico para se ter uma boa vida.
O problema era que para fazê-lo, demandaria uma enorme coragem e força de vontade. Força de vontade eu sempre tive, mas o que falta é coragem e, nesse ponto, coragem é o item de maior peso.
Porém, do fim de janeiro ao fim de março, conheci algumas pessoas com quem tive contato por pouco tempo. Suas histórias apenas passaram por mim. Mas neste texto, eu gostaria de citar três delas. Todas elas eu conheci em minha cidade natal, São Thomé das Letras e seus nomes são: Rafael, Franciele e Duende.
O Rafael tinha saído de sua casa em Campinas para rodar por algumas cidades e descobrir respostas para algumas perguntas. Ele tinha uma visão analítica das coisas bem parecida com a minha. Ele lia muito, livros que trouxessem algum tipo de informação que pudesse complementar, ou gerar reflexões sobre suas idéias metafísicas. Porém ele sempre dizia que os livros não continham uma verdade sólida e que suas idéias eram vagas. Os livros, para ele, serviam apenas de base para gerar discussões e que o valor real estava no diálogo.
A Franciele, ou Fran, como eu a conheci, é uma menina da cidade de Muzambinho que chamou muito minha atenção. Na noite que eu a conheci era a sua ultima na cidade, pois ela voltaria para casa na manhã seguinte. Ela tinha um jeito de quem estava saturada de alguma coisa em sua vida e estava disposta a sentir e absorver a energia e a sensação de liberdade do ambiente o máximo que pudesse. A nossa idéia central era o descaso das pessoas com eventos cotidianos oferecidos pelo sol, pela lua, pelo vento, que nos fazem tão bem, se dermos ao menos o mínimo de atenção a eles.
Do Duende eu nunca soube seu nome, mas também não achei necessário. Ele tinha aberto mão de sua casa para viver andando pelo país e colecionando histórias e experiências, levando a vida da maneira que ele achasse que fosse bom para ele. Seu fundamento era ser feliz a todo custo.
Conversando com essas pessoas eu mudei meu foco de vida e também mudei minha maneira de ver as coisas. Não possuo a coragem de desfazer da minha vida e seguir o extremo da liberdade e felicidade, mas agora vivo refletindo sobre eventos metafísicos, sentindo as energias e buscando ser feliz à minha maneira, sendo de uma certa forma livre. Sinto-me mais completo e no dever de continuar assim... Compartilhando.
Gabriel Lopes Sattelmayer