As vezes
penso que isso é um sonho. Vivo contigo dentro da minha cabeça. Passo o dia
inventando histórias pra ver se diminui a falta que sinto. A falta do que
desconheço. Fecho os olhos e deslizo o dedo por seus cabelos. Rio sozinho, me
sinto um idiota. Degusto os sabores que você me causa e vou do desespero à
felicidade na velocidade de um sorriso. Finjo que recebo cartas. Finjo que te
escuto me chamar de dentro de meus sonhos. Ando nas ruas como se não fosse
daqui. Procuro em meio à multidão a intensidade de seus olhos, mas não te
encontro. Aguardo... Espero... Os dias correm e nada acontece.
Penso que
você gosta mesmo é de me encontrar nos livros, nas fotos, nas músicas. E
realmente não seria diferente sendo uma criatura tão encantadoramente artística
como é. E eu adoro! Me transformo em arte pra ser o que você quiser de mim.
Porque a verdade é que eu balanço, resmungo, me escondo, mas não aguento. Sempre
volto a te esperar...
O
problema, minha garota, é que não sei viver pela metade e a paixão eu sinto é até
os ossos. E você anda muito dentro de mim, na mina cabeça o tempo todo. E as
vezes penso que você se tornou invenção e que a minha paixão é sozinha. Por
isso sempre vejo suas fotos e carrego gravado em mim todas as coisas
apaixonantes que você me disse. E minha coletânea de blues... parece que foram escritos pensando em você. Conheço os limites e sei que vivemos de
contratempos, mas... Se há em você a força que há em mim, não haverá o que nos
separe.
Tenho
duas passagens pra um lugar que você não vai se arrepender de conhecer. No caminho
eu te explico melhor. Vem comigo?
Gabriel Lopes Sattelmayer