segunda-feira, 8 de agosto de 2011

M_

     Das múltiplas sensações que me rodeiam, a mais marcante e significativa delas é a incompreensão. Dos vários caminhos a serem tomados, seguiu o mais escuro. As nossas fronteiras marcadas por paredes de cetim, hoje são da solidez do concreto. O contágio dos risos e sorrisos, hoje, são lembranças. E todo aquele gelo do dia seguinte, hoje, insiste em congelar a poesia. Aquela mesma poesia que no passado aquecia, revitalizava, recarregava... O nosso carregador.
     A simplicidade, nossa companheira, não sei se por cansaço de ser simples ou por coisa do tipo, insiste em vir a ser complexidade. Mas mal sabe ela que as coisas complexas não são as mais interessantes. A complexidade é maçante, corrosiva, desgastante. Porém tenho esperanças... Talvez um dia ela compreenda.
    Esse gelo e complexidade, em mim, resultaram na pacificação de minha intensidade que, hoje, representam meu silêncio. E o calor? Esse é dos conhaques, cobertas, fogueiras. Na nossa rua, que hoje mais parece uma avenida das mais movimentadas, eu deixo escrito a giz de cera o meu telefone no encosto daquele velho banco que freqüentei naquele tempo.
     Contudo, meu desejo é único: que a escuridão do caminho não te barre além dos olhos, os ouvidos e a boca. Acredite... Há quem se importe com isso.
           
                                                                                                                           Gabriel Lopes Sattelmayer.

4 comentários:

  1. O teu silêncio pode criar um outro silêncio ainda mais prolongado...

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  2. Parabéns pelo blog Gabriel, você escreve muito bem, não sei se é por causa das particularidades, mas gostei especialmente deste texo. Continue escrevendo, abraço!

    Rodrigo"

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  3. Olá, Gabriel

    Gostei do seu blog, digo, dos seus textos. Especialmente este. É de uma viva solidão. O meu blog é esse: cronicasdoestranhamento.blogspot.com. Releve, pliss! Abraço!

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