Londres, 5 de dezembro de 1995
Charlotte,
O vento do sorriso que você me deixou
aquele dia, acaba de tocar-me a face. Ainda tomo o mesmo cappuccino na padaria
da Rua 13 e, acredite, absorvi seu hábito de ler jornais pela manhã. Ainda acho
um monte de baboseiras sem tamanho, mas pelo menos sinto como se você estivesse
comigo. Li sobre uma peça de teatro que acontecerá sábado na Fortune Theatre,
mas não me interessei. Não seriam sinceros os meus aplausos depois de ter sido
testemunha de sua arte. Não há ninguém
como você, meu amor!
Estou
escrevendo um livro para que o tempo voe, mas meus contos são sempre sobre nós.
Somos guerreiros, viajantes, animais, objetos... Somos o que quisermos!
Desconheço outro alguém que traduza palavras minhas com tal beleza. Talvez seja
por você viver também em meu tinteiro. Que
saudade!
Ainda
espero o dia que você me tire desse lugar cinza. Não parou de garoar desde a
sua partida e eu já não aguento mais tanta melancolia. Estamos à mercê do
destino, mas quem é o destino perto de nós? Somos imortais! Temos toda a
eternidade!
Que seu
brilho realce as cores dessas terras quentes! E mesmo estando em hemisférios
diferentes, não deixamos de estar juntos.
Um beijo de seu eterno amado
Benjamin.
Gabriel Lopes Sattelmayer
Cartas, emocionante!
ResponderExcluirTexto foda cara!
ResponderExcluirTexto tão bom que no desenrolar da leitura, senti a impressão de que este texto sempre existiu, como se estivesse relendo um bom escrito que achara perdido na gaveta...
Fictício e Real ao mesmo tempo.
Se esta Charlotte não existir, você é um criador de causos... e dos bons! hahhaha